Por definição a fisioterapia é a profissão que trabalha as disfunções motoras e funcionais dos pacientes. Avaliar, reabilitar, prevenir e emitir prognósticos faz parte do ofício do fisioterapeuta. Entretanto, o trabalho com um paciente idoso requer muito além dos conhecimentos da graduação, ele exige dedicação, interação e afeição. Faz-se necessário envolver-se com mais afinco em casos onde haja dificuldade ou impossibilidade do idoso relatar a própria história. Porque nessas situações, pode existir uma dificuldade de cognição, orientação, comunicação e/ou compreensão. Assim, além de colher a anamnese habitual com o responsável, deve-se aprofundar no enredo dessa história. Perguntar sobre seus antigos hábitos, suas predileção, informar-se sobre sua rotina, saber sobre a família, conhecer quem cuida desse idoso, enfim, inteirar-se da trajetória de vida. Todas as informações colhidas são válidas e cooperam garantindo momentos de descontração, concomitante a manutenção da boa relação entre o fisioterapeuta e o paciente assistindo o tratamento.

Para a fisioterapia geriátrica ter eficácia, ela precisa ser personalizada, única e acima de tudo respeitar os limites, desejos e vontades do paciente dentro da sessão. Tem dias que estão mais dispostos e abertos a conversa, outros nem tanto.

A demonstração de calma, atenção, dedicação e compreensão transformam a relação fisioterapeuta x idoso, fluindo com facilidade e trazendo benefícios ao processo de reabilitação. Tanto que num caso de demência, parece que as lembranças do paciente em relação às pessoas que os cercam, passam a se basear por sentimentos: bons ou ruins. Logo, dispor de atenção, paciência e tranquilidade conta muito num bom relacionamento com qualquer idoso, mas em especial, nestes.